segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Às vezes...


Viver dói. Não sei se é o mundo que é grande demais ou o meu coração que é muito pequeno. E porque não posso fugir sempre que sinto as pernas tremerem, tenho que enfrentar os obstáculos que me surgem. Como se isso fosse fácil e bastasse um sopro para derrubar aquele pesadelo que não nos deixa seguir o nosso caminho.


Olhar para o céu e gritar. Gritar a liberdade de podermos optar. Secar as lágrimas que teimam em cair. Essas gotas de cristal, gotas de um coração fragilizado. Essa chuva miudinha que carrega o sal que o corpo não deseja. Seguir em frente, como se cada passo fosse planeado. Como se recebêssemos um mapa da vida à nascença.


De vez em quando, viver dói. Mas é só às vezes. Quando tenho a certeza de que nunca me entrará pela janela uma fada para me adormecer com uma história de embalar recheada de animais fantásticos e princesas lindas. No resto das vezes, deixo a janela do meu quarto aberta e espero...


Fábio Nobre