sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Eu amo a minha cidade


Quando o sol se deita e sobre ela estende os seus raios como se a reclamasse toda para si, eu amo a minha cidade. No crepúsculo do dia, a minha cidade é o paraíso porque é bela e faz amor com o mar. Irrompe pela terra a gritar a plenos pulmões que existe. Tem um aroma a África a minha cidade: cheira a desertos austeros, a casas de barro, a chás exóticos, a túnicas que cobrem a face, a pele queimada…


Eu amo a minha cidade porque cresci nela e ela cresceu comigo. As suas praias são, porventura, lágrimas minhas: salgadas. À noite a minha cidade vai com os pescadores, acompanha-os nas traineiras em busca do peixe, conforta-os e trá-los de volta às suas famílias com os seus faróis. A minha cidade já teve golfinhos nas suas águas, que agora choram a sua ausência. A minha cidade é bela porque a beleza está nos olhos de quem a vê, de quem não a questiona…apenas a admira.


A minha cidade é o ponto de partida para o resto do mundo. O oceano, grande e rebelde, vem na madrugada dormir no regaço da minha cidade, aconchegado e tranquilo: sereno. E assim embala muitos corações em momentos de paixão nas suas areias…




Fábio Nobre 25\09\09