sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O Hoje de Amanhã

Hoje, o meu blog faz três anos. E para assinalar esta data simbólica pedi um pequeno texto ao César Lopes. Ele, mais que um amigo, sempre uma luz guiadora, uma espécie de farol nas noites escuras. Desde o início desde blogue que ele teve um papel importante por ter expressado sempre a sua opinião em relação à minha escrita e me ter feito evoluir, me ter ajudado a limar algumas arestas. E agora, passados três anos, pedi-lhe este pequeno texto para assinalar este momento e ele, sem supresas, correspondeu. Apesar da vida muito ocupada, apesar das preocupações, apesar do cansaço, ele correspondeu porque ele sabe, como eu sei, que para a amizade há sempre tempo, há sempre espaço.


Admito que tinha pedido um pequeno texto a mais duas pessoas: três anos, três textos. Por alguma razão, essas pessoas não me enviaram os mesmos. Não é grave, têm os seus motivos. Garanto apenas que a qualidade desta publicação não fica beliscada por isso, pois o pequeno texto do César absorve, engloba e, quiçá, transcende tudo o que eu tinha em mente quando pedi estes textos. É, pois, uma honra para mim marcar este dia com um texto seu, para que ele possa deixar literalmente o seu cunho no meu blogue como já o deixou por tantas vezes de forma simbólica.



O Hoje de Amanhã
Olhando para trás, o Passado parece-nos tão próximo que vivemos sufocados
com a brusquidão e impetuosidade do Presente. O amanhã não existe, apenas
o ontem e o hoje. O antes, o agora e recordações. Não temos mais nada, a não
ser a certeza de que somos, até deixarmos de ser. Nada mais.
Temos de aceitar que tudo o que vimos, cheirámos, tocámos, amámos, sentimos,
não deixará marca, só pó, cinzas e memórias... Resta-nos aproveitar cada
brisa da nossa existência e procurar encontrar algum sentido no Universo.
Viver cada momento como se fosse o último, pois o que fizermos nestes dois dias,
ecoará na Eternidade ... Olhando para trás, sei que ser teu amigo valeu a pena.
Esperemos pelo hoje de amanhã ...


César Francisco Araújo Lopes


terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Perdido algures...


Agarro-me a ti, à socapa, com medo que me fujas, encontro-te dentro dos meus olhos e sei que me pertences. Mas nada é eterno e há sempre algo de novo para descobrir, quero-te, amo-te, mas não me sei exprimir. Espero-te dentro do meu peito, numa masmorra chamada coração, sento-me no tempo e aguardo o teu perdão. Estou longe, não de ti, mas de mim, estendeste-me o fio de seda e conduziste-me, não sei como me perdi. Amanhã nascerá o sol nos olhos de quem acredita e tudo parecerá mais simples e mavioso, sei disso e sinto-me aliviado, mesmo que em mim não haja sol que nasça, que não o faça desgastado.



Se me conheces, labirinto do meu ser, não me chames pelo nome, que chamar pelo nome é parecer que sou distância no teu espírito. Chama-me por gestos e sorrisos, que as tuas mãos na minha nuca são paraísos, os teus lábios nos meus são rosas, os teus seios pedras preciosas.


Para além de tudo isto, o amor é morte anunciada, estou morto de tanto te amar, não me resta mais nada. Amanhã é um dia novo, para quem se atrever a vivê-lo, não há sonho, por mais puro que seja, que não se possa tornar pesadelo.


Fábio Nobre 18/01/2011