sábado, 1 de novembro de 2008

Estilhaçado...


Conheces-me? Em que canto do meu coração te perdeste? Qual dos meus sinais te escapou? Sim! Acredita que as lágrimas que derramei por ti foram sinceras. Assim como os momentos que juntos passámos. Sempre fui eu. Pelo menos quando me abraçavas sei que era eu porque o teu perfume não me deixava mentir, a tua cabeça encostada no meu ombro tornava-me pequenino e o teu olhar sufocava-me. Sim, fui sempre genuíno contigo porque era-me impossível mentir com a batida cardíaca a duzentos.


Ainda hoje quando olho para o teu retrato na minha mesa-de-cabeceira não consigo fingir que não me afectas. E quando a encosto ao meu peito ainda sinto os teus cabelos nas minhas mãos, o teu perfume pelo ar, os teus olhos cor-de-avelã a penetrarem-me na alma. Ainda verto algumas lágrimas por ti. Sei que nunca me amaste. Nem eu sei até que ponto te amei. Mas algo em mim ficou estilhaçado quando deixei de te ver e sentir.


Hoje o dia está cinzento. Como da última vez que te vi. Mas dessa vez chovia. Chuva que apenas caia dentro de mim. Mas fui forte, sequei as gotas de água salgada e virei costas sabendo apenas que alguma coisa dentro de mim tinha sido estilhaçada.