segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
Diferenças...
Nunca tiveste fé nas pessoas. Considerava-as pesadas demais para voar. E no entanto, ouvia-te à noite a chorar lágrimas que não te pertenciam. Desgostos passados que teimavam em trespassar a tua armadura egocêntrica. Andaste muito tempo perdida em antigos tormentos e não me quiseste como farol. Acabaste por embater nos rochedos que pensavas já ter vencido.
Quem te magoou dessa forma? Que punhal te feriu de morte? Quantas pessoas te fizeram perder a esperança na nossa espécie? Nunca encontrei respostas para as perguntas que te distanciavam de mim. Senti-me sempre uma pedra na tua vida. As excepções contavam-se pelos dedos, naqueles raros momentos em que me beijavas ardentemente, como que a pedir socorro.
No resto do tempo, deambulavas sozinha nessa tua ilha deserta. E eu nunca soube ser o teu barco de resgate.
Fábio Nobre 21\11\2008