segunda-feira, 2 de março de 2009

ÉS...


És o meu precipício. O lugar onde eu deixo de fazer sentido. O ponto onde todas as minhas certezas se esfumam como se nunca tivessem existido. Onde o sol não é mais o sol e o oceano não é mais o oceano. És o canto das sereias que me embala na noite. És a montanha que está sempre longe, por mais que eu caminhe na sua direcção. A poesia que é a mais linda porque nunca foi escrita.


És o meu ponto fraco. Onde as coisas me doem com mais voracidade. És as feridas que nunca cicatrizam. És as minhas lágrimas num dia de chuva. O incêndio que lavra em mim há tempo demais. És talvez a tempestade de areia que me tornou um deserto.


Não sei onde acabo eu e começas tu. Não sei ao certo que palavras são tuas nas minhas frases. Sei apenas que és o meu medo. O local em mim onde a fronteira entre o que desejo e temo são difusas. O sítio onde nunca é dia e nunca é noite…

Fábio Nobre

2 comentários:

Cello disse...

"Es" muito bom no sentido, para transmitir adorei a forma especifica que escreveste estes verso, Trazes a nova forma de pensar no seguinificado a palavra "Es", melhor frase " És o meu ponto fraco".

Ta Limpo
ViveNaPoesia

Anônimo disse...

És... o meu migão :D Aquele que está sempre lá.. lá e aqui.. :D
Beijão.