terça-feira, 29 de janeiro de 2008

O meu novo Rumo


O meu novo rumo… A minha nova forma de pensar, de sentir, de viver. Uma filosofia mais madura, mais coerente, mais fácil. Uma tentativa de crescer a nível emocional e sentimental. Um olhar diferente sobre mim e sobre o mundo. Tenho que aprender a ver-me de maneira mais positiva e completa e só assim o meu mundo será mais positivo e completo. Ter noção deste facto é já um passo gigante.
Agradecer pelo que tenho em vez de me queixar pelo que me falta. Este é o meu novo lema. É também a minha bóia de salvação, a minha força. Tenho tanta coisa linda na minha vida que seria muito egoísta queixar-me do que ainda me falta. E é tão pouco comparado com o que eu tenho.
Ser feliz é, por isso, mais fácil. É mais simples um sorriso. Como o de uma criança de 10 anos. Haverá melhor filosofia de vida do que a de uma criança? Haverá melhor forma de viver do que aquela despreocupada e alegre, apenas virada para o hoje e o agora? Não será mais giro pintar a vida de azul, verde, lilás e amarelo em vez de cinzento, castanho e preto? É isso que estou a aprender. A sentir-me bem nas coisas mais simples, que são as mais belas. Estou a aprender a ser eu, no bom e no mau, a entrar na corrente em vez de batalhar contra ela.
A cada novo dia sinto-me mais completo. Mais orgulhoso de mim mesmo. Por tudo o que já passei e vivi, tudo o que aprendi, o que vi e senti, tudo o que me tornou mais igual a mim próprio. E um dia, sei que quando me olhar ao espelho, vou ver um grande homem. Um homem que soube enfrentar os seus medos, que perseguiu os seus sonhos até tocar nas estrelas, que fez tudo o que podia para ter um sorriso mais bonito e sincero. É este pensamento que me dá força para ir um pouco mais além, mesmo quando parece que estou no limite. E se sentir as asas pesadas e não conseguir voar, irei mesmo a pé, mas desistir não será nem nunca poderá ser uma opção. Até lá, o espelho vai mostrando alguém em crescimento, alguém que, mesmo tendo por vezes o céu carregado de nuvens tempestuosas, ousa tentar tocar na lua.
Este é o meu novo rumo. O rumo à lua.
Fábio Nobre

Se a vida te deu asas, voa menina. Não tenhas medo e voa. Lá em cima das nuvens todos os problemas são mais fáceis de resolver. Não precisas de te preocupar com chuvadas e temporais porque aí só o Sol brilha. Sente o perfume do mar e das flores, das montanhas e dos vales e vê como é linda a vida se for vista lá do alto das nossas emoções.

Se a vida te deu asas, voa menina. Constrói um castelo de algodão doce nas nuvens para te defenderes. Não é preciso ser-se feito de pedra e cal para se ser um grande e forte castelo. Basta ter sonhos e desejos suficientes e como isso terás o maior castelo que possas imaginar. Combate os problemas de frente porque os anjos não desistem nem perdem. Luta pelo que ambicionas e torna-te na pessoa que ilumina a paisagem apenas com um sorriso. Faz do céu a tua casa e das estrelas as tuas vizinhas e confidentes.

Se a vida te deu asas, voa menina. Nunca desistas de viver. Nunca deixes a chama da paixão extinguir-se. Abre as asas de seda e supera o teu próprio destino. Espalha a vida e a alegria lá do alto da tua varanda e vê como é precioso cada minuto que vivemos. Torna-te na lua mais bela e elegante. Assim, quando eu te quiser encontrar, basta procurar o luar pelos cantos perdidos da noite.

Se a vida te deu asas, voa menina. Pode ser que um dia destes fiques conhecida como a fada das nuvens brancas…
Fábio Nobre


Dedicado a uma amiga muito especial e importante para mim...

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Vamos contar as estrelas


Vamos contar as estrelas amor,
Anda vem comigo…
Vem perder-te na noite que me aperta,
Vem ver como é lindo o céu,
E como a lua brilha só para te encantar.

Deita-te comigo na relva húmida
E conta as estrelas que te acenam com a sua luz,
Deixa-te ficar amor porque esta noite…
Esta noite é nossa, esta noite sou teu e
Nesta noite só o desejo fala,
Nós ouvimos
E contamos as estrelas e sentimos a relva húmida.

Fica comigo meu amor antes que a noite fuja,
Não a deixaremos fugir para já
E quando for embora já não precisaremos dela,
Porque a noite são os teus lábios tocando nos meus
E as estrelas são as minhas mãos passando pelo teu corpo.
A lua? A lua é o teu sorriso amor…o teu olhar, a tua respiração.

Num súbito momento a noite somos nós, aquilo que nos une,
Aquilo que formamos juntos num simples segundo.
Tudo o resto é escuridão porque a noite amor…
A noite é nossa!

Fábio Nobre

Um dia amei-te
E nesse dia o Sol não chegou a nascer,

Dei-te tudo o que era meu
Sem nada eu realmente ter.

Vi o meu futuro ao teu lado,
Nós dois juntos abraçados,
Mas depois percebi
Que isso não era o futuro, era o passado.

Uma vaga lembrança do que nunca se passou,
Uma esperança do que se pudesse passar,
Uma ilusão turva e vazia
De quem ama sem saber amar.

Um dia amei-te
E nesse dia o Sol não nasceu,
Sem nada eu realmente ter,
Dei-te tudo o que era meu

Fábio Nobre

No vento flutuam folhas e sonhos.
As folhas vêem-se e tocam-se,
Os sonhos sentem-se e imaginam-se,
Mas folhas e sonhos flutuam ao vento…

É o vento que embala a magia,
Que leva as folhas para longe,
É o vento que trás no dia
Um rosto de esperança e alegria,
Onde os sonhos pousam a sua face.

Talvez eu próprio flutue no vento,
Talvez seja uma folha ou um sonho de alguém,
Uma ilusão, um olhar, um pensamento,
Talvez eu seja o próprio vento também.


Fábio Nobre

As minhas lágrimas são as palavras. As frases são o meu sal. E este será mais um mar que eu crio. Um mar imenso com ondas revoltadas e inconsequentes. Revoltadas por quererem tão veementemente causar impacto. Inconsequentes por não o conseguirem fazer nunca.
Não é fácil criar um mar apenas com lágrimas. Talvez nem seja possível. Mas para mim cada desabafo numa folha de papel é um novo mar. E nele me afogo uma e outra e ainda mais outra vez. Não existem marinheiros nas minhas águas. Ninguém quer conquistar sonhos esquecidos, emoções contidas, sentimentos recalcados. Por isso tudo a mim me pertence, cada pedaço de nada, cada pedaço de tudo.
O que escrevo é meu e só meu. Das outras pessoas apenas espero uma palavra de compreensão ou incompreensão, nunca de julgamento. Ninguém pode julgar um mar onde nunca navegou. A vantagem de não ter nada é ter tudo na palma da nossa mão à distância de um fechar de olhos. E de olhos fechados tudo me pertence como uma própria extensão do meu ser. Dentro do meu mundo sou um rei que se senta no topo da lua.
Escrever para mim é isso. É possuir o universo inteiro na caneta. É ser dono do meu destino, comandar as tropas na busca da vitória numa guerra sem derrotados. Para mim escrever é fazer amor com as palavras. É uma comunhão entre o que sinto e o que transmito. Quando passo para o papel o mais íntimo de mim, tudo o que me é exterior não existe, não faz sentido, não tem razão de ser.
Sou um apaixonado. Um eterno apaixonado pelas letras, pelo que elas dizem e pelo que elas escondem. Juntas fazem a paisagem mais bela, quando se escondem no infinito das palavras e um texto emerge como a noite mais pura. Tento ser luar quando entro neste mundo mágico. Tento perceber cada ideia que coloco no papel como um pai que procura entender o filho.
Sou tão ingénuo quando escrevo! Ingénuo como um bebé que dorme profundamente. Como uma criança que passa horas a fio com o seu brinquedo favorito. Como um menino que corre no jardim atrás de uma borboleta da cor do arco-íris. Como a alma da infância que não deseja mais nada a não ser a simples felicidade de comer um gelado ou de brincar às escondidas até que as pernas lhe doam. É assim que eu me sinto quando começo a divagar pela minha mente. É a criança em mim que me inspira, que me faz ver a realidade sempre com tons de branco e azul, que me diz que é possível viver apenas com os nossos sonhos.
Escrever para mim é isto e muito mais. É um turbilhão de sentimentos que não consigo descrever, é um bem-estar interior, de humildade perante tudo, de esperança em relação ao futuro. É sobretudo a melhor maneira que eu encontro para gritar a plenos pulmões: EU EXISTO!

Momentos que nunca o são


Uma pedra no caminho. Uma criança perdida num beco qualquer. Um mendigo com uma sandes na mão. Uma onda de um mar longínquo. Uma estrela alaranjada no horizonte. Um casal de namorados que passeia de mão dada. Uma senhora a fechar a sua loja. Uns meninos a andar de bicicleta. Um homem que chora lendo uma carta. Um carro desgastado num parque escondido. Umas gaivotas que sobrevoam os barcos dos pescadores. Uma aragem de primavera que se sente. Uma mãe pegando o seu menino ao colo.

Um dia qualquer numa cidade qualquer. Um pedaço de nada na história que não é escrita, nas memórias que não perduram, nas lembranças que são ténues. Momentos que o tempo leva no seu regaço. Momentos que nunca o foram. Poeira de um destino humilde. Aromas desvanecidos, olhares apagados, gestos ignorados. O cheiro a maresia, a linha onde o céu e o mar fazem amor eterno, o abraço do sol às frágeis nuvens brancas. Um fim de tarde. Mais um fim de tarde. Somente isso. Ninguém obtém respostas porque as perguntas nunca são feitas. Se as soubermos fazer, qualquer minuto é especial e único na sua magia de ser irrepetível. A nossa vida são respostas. Viver é aprender a fazer as perguntas certas. É aí que consiste a beleza de viver dia após dia. Surpresa após surpresa.

Que pedra é essa? Porque está sozinha e desamparada? Não será uma refeição abençoada e fruto de uma carinhosa bondade rara? Não são elas que o fazem mais belo? O que é o horizonte senão o limite dos nossos sonhos? Será o verdadeiro amor tão simples como duas mãos entrelaçadas? Terá tido um bom dia de trabalho? Ainda terão forças para pedalar mais uma horinha? Será mais um coração partido neste mundo de corações colados? Será a velhice justificação para o abandono? Será fome ou rotina? Fora ou dentro da tua alma? Haverá laços que são inquebráveis?

Fábio Nobre

Se algum dia a tristeza te atacar...


Se algum dia a tristeza te atacar com as suas garras frias e imundas e tentar apagar o brilho ofuscante que vive dentro de ti, resiste! Faz do amor a tua espada, da coragem o teu cavalo e torna-te no cavaleiro mais forte que alguma vez existiu. Batalha contra as lágrimas que a tristeza te tentará impingir, contra os momentos de solidão que parecem nunca mais cessar, contra os olhares apenas absorvidos pelo horizonte de um passado já distante ou de um futuro ainda longínquo.
Essa luta que travarás vezes sem conta será uma luta só tua, disputada a cada batida do teu coração, a cada lágrima que derramas sem saber muito bem porquê, a cada olhar teu amparado apenas pelo horizonte onde o céu e o mar se encontram. Essa tua guerra será dolorosa, demorada, penosa, lenta como o rastejar de um caracol, fria como a face pálida de quem já não sabe amar, intensa como o crepitar da chama do amor, enorme como um precipício cujo fim não se avista. Sai vencedor e serás senhor de ti mesmo, dono do teu destino e merecedor da vida que queres para ti. Sai derrotado e não serás mais tu, mas apenas uma sombra do que poderias ter sido, um dia nublado em pleno Verão.
Aprende a levar na palma da tua mão o céu inteiro e nos teus bolsos as estrelas mais lindas. Faz das palavras as abelhas que procuram o mel que a vida tem para te oferecer. Faz do teu olhar a força de mil homens que conquistam o palácio mais sublime. Atravessa o rio que te separa da margem das cores. Utiliza aí toda a tua força e bravura e até os imensos mares te parecerão apenas lágrimas de um deus qualquer.
O tempo será um aliado se quiseres. Os dias te saudarão com alegria, te beijarão na face como se fosses um eterno bebé. És um livro onde a tua experiência vai escrevendo páginas e páginas com apenas um capítulo: a tua vida!
Não desaproveites a oportunidade que te foi dada de existires! Chora mas recupera. Sente a dor mas supera-a. Dá passos errados mas corrige-os. Viver é isso mesmo: avançar e recuar, perder batalhas mas ganhar guerras. Qual seria a graça se não tivéssemos que sofrer para alcançar o que almejamos? A vida é uma roleta russa. Há sempre quem não tem a sorte de ter uma noção alargada de felicidade, de quem morre ou desiste pelo caminho, de quem baixa os braços antes do final. A diferença entre um lutador e um derrotado está em ti. Tu delimitas a linha sobre a qual nunca recuarás ou escolhes a falésia para onde fugirás cobardemente. De qualquer forma és tu que escolhes! No comboio da vida o mais importante não é ires em 1º classe mas sim conseguires completar a tua viagem com sucesso.

Fábio Nobre